Cada universidade, seja particular ou pública, disponibiliza todo ano, um edital para orientar os alunos sobre o conteúdo da prova. Em alguns casos, são incluídas as listas de leitura obrigatória, que inclui os livros recomendados pela universidade para resolução de algumas questões da prova, bem como poemas, contos e outras obras clássicas da literatura brasileira como o famoso Memórias Póstumas de Bras Cubas, romance de Machado de Assis.
Por conta da pandemia da Covid-19, a Comvest decidiu reduzir o número de obras de leitura obrigatória para o Vestibular Unicamp 2021. A lista, que inicialmente incluía 12 obras, foi reduzida para oito. Foram excluídas as obras: A teus pés; O seminário dos ratos; História do cerco de Lisboa; Quarto de despejo; A cabra vadia. No entanto, com análise feita pelo portal Quero Bolsa, trazemos para você os livros que estão em quase todas as listas dos principais vestibulares do Brasil.
Autor: Graciliano Ramos
Movimento: Modernismo - Geração de 30
Segundo levantamento a revista Quero, o livro faz parte das listas de leituras obrigatórias das universidades: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Vidas Secas, romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca.
A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.
Escritor: Aluísio Azevedo
Movimento: Naturalismo
O Cortiço está na lista de leituras obrigatórias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), daUEPG, USP e da Unimontes. O livro conta a história de João Romão, dono de um cortiço, que tem o objetivo de enriquecer e faz de tudo para alcançá-lo.
No romance tem-se, de um lado temos João Romão, o dono do cortiço, do outro Jerônimo, trabalhador braçal que se emprega como gerente da pedreira que pertence ao primeiro.
João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de alforria.
Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a amante.
Autora: Carolina Maria de Jesus
Ano: 1960
A obra, obrigatória para a realização dos vestibulares da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), foi publicada em 1960 por uma moradora da favela do Canindé, em São Paulo, Carolina Maria de Jesus.
O livro fala sobre os desafios de uma mulher negra, pouco instruída e mãe de três filhos, que incluem muito trabalho, fome, violência e miséria. São cerca de 20 relatos, parecidos com um diário, escritos pela autora.
Quarto de despejo também estava na lista de leituras obrigatórias da Unicamp, porém, a instituição optou por reduzir a lista por causa da pandemia e, portanto, a obra deixou de ser obrigatória.
Autor: Machado de Assis
Movimento: Realismo
A obra está presente na lista de leituras para os vestibulares da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do vestibular de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF).
Brás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com uma prostituta de luxo, Marcela.
Depois de retornar de uma temporada de estudos na Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte da moça interrompe o projeto de casamento.
Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que pratica sem nenhuma paixão.
Autor: Mario de Andrade
Movimento: Modernismo - Fase Heróica
A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a Universidade Federal de Roraima (UFRR) contam com a obra Macunaíma na lista de leituras obrigatórias.
O livro conta a história do índio Macunaíma que se aventura na busca por uma pedra mágica que recebeu de seu grande amor, mas que foi parar nas mãos de um gigante.
Macunaíma nasce e já manifesta sua principal característica: a preguiça. O herói vive às margens do mítico rio Uraricoera com sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, numa tribo amazônica. Após a morte da mãe, os três irmãos partem em busca de aventuras. Macunaíma encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas. Depois de dominá-la, com a ajuda dos irmãos, faz dela sua mulher, tonando-se assim imperador do Mato Virgem.
O herói tem um filho com Ci e esse morre, ela morre também e é transformada em estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em forma de sáurio), que ele perde e que vai parar nas mãos do mascate peruano Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, comedor de gente. Como o gigante mora em São Paulo, Macunaíma e seus irmãos vão para lá, na tentativa de recuperar a muiraquitã.
Após falhar com o plano de se vestir de francesa para seduzir o gigante e recuperar a pedra, Macunaíma foge para o Rio de janeiro. Lá encontra Vei, a deusa sol, e promete casamento a uma de suas filhas, mas namora uma portuguesa e enfurece a deusa. Depois de muitas aventuras por todo o Brasil na tentativa de reaver a sua pedra, o herói a resgata e regressa para a sua tribo.
Autor: Gregório de Matos
Poemas Escolhidos faz parte da lista de leituras obrigatórias da Universidade de São Paulo (USP) e da UEL. Trata-se de uma seleção de poesias satíricas, amorosas e religiosas do autor.
Gregório de Matos, também conhecido como “Boca do Inferno”, é um dos principais nomes do barroco brasileiro. A característica marcante do autor é o teor ácido, crítico, de seus escritos. A Igreja Católica recebia muitas críticas do poeta, motivo pelo qual Gregório recebeu a alcunha “Boca do Inferno”. A burguesia também era um dos alvos do escritor.
Os poemas de Matos foram publicados depois de sua morte, com isso, os historiadores não sabem ao certo o que foi realmente escrito pelo autor e os textos que lhe foram atribuídos equivocadamente. De qualquer forma, sabe-se que Gregório era uma figura polêmica e que chegou a ser expulso da Bahia.
Autor: Guimarães Rosa
Movimento: Modernismo - Geração 45
A obra será cobrada nos vestibulares da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), USP e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Trata-se do primeiro livro de Guimarães Rosa, no qual o autor apresenta nove contos sobre a vida no sertão, em Minas Gerais. Os primeiros contos são:
1. O burrinho pedrês. O fazendeiro Major Saulo determina que seus homens levem uma grande quantidade de bois para comercialização em uma cidade distante. Para cumprir a tarefa, convoca seus vaqueiros mais experientes, montados em cavalos jovens e fortes. Acompanha a condução o burrinho Sete-de-Ouros, velho e fraco. Depois de uma chuva torrencial, um pequeno riacho, que foi facilmente superado na ida, torna-se rio caudaloso no retorno dos vaqueiros à fazenda. O único animal a escapar da correnteza é justamente o burrinho, que conta com sua experiência para poupar suas forças e deixar-se levar pelas águas ao invés de tentar lutar contra elas, como fizeram os outros.
2. A volta do marido pródigo (Traços biográficos de Lalino Salãthiel). O mulato Lalino Salãthiel vive no interior de Minas mas sonha com aventuras amorosas em terras cariocas. Junta algum dinheiro e parte, deixando para trás a esposa Maria Rita. Depois de algum tempo, terminam o dinheiro e a empolgação, e ele retorna. Encontra Maria Rita envolvida com o espanhol Ramiro. Lalino se envolve então nas disputas políticas locais e, com a vitória de seu candidato, consegue a expulsão dos estrangeiros. Alcança também o perdão de Maria Rita.
Fonte: As informações usadas neste post tem dados da Quero e Portal G1/Educação
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